"Hortegal é acusado de ter reajustado em 20% o valor de um contrato entre a Gautama e o governo do Maranhão em troca de vantagem financeira."
Esse é um texto basicamente de fatos jurídicos. É sobre a prisão de alguém pela polícia. Logo, é um texto em que a linguagem técnica deve ser cuidadosa para que não haja erros.
A palavra acusado no mundo jurídico serve para indicar a pessoa contra a qual há um processo. Se contra a pessoa há apenas um inquérito policial, dizemos que a pessoa é indiciada. Na dúvida, diga apenas suspeito, que é um termo genérico. Confundir alguém acusado com alguém indiciado é a mesma coisa de confundir alguém pré-candidato com alguém candidato durante uma eleição: a maioria dos pré-candidatos não vira candidato (e muito menos se elege).
"Ao relatar o suposto pagamento de propina por fraude no Luz para Todos, a ministra do STJ Eliana Calmon relata que, 'por envolver autoridade com prerrogativa de foro, será oportunamente deduzido perante a autoridade judiciária competente'. O foro a que a juíza se refere é o STF (Supremo Tribunal Federal), responsável pelas investigações criminais contra ministros de Estado e congressistas."
Juiz é um cargo, não uma profissão. Da mesma forma como ministro também é um cargo e não uma profissão. Por exemplo, o militar pode ser um "coronel", "general", "soldado", etc. "Coronel", "general" ou "soldado" são cargos, mas a profissão é "militar". Logo, não devemos chamar um ministro do STJ de juiz. Na dúvida, ou para evitar repetir, use o termo magistrado, que pode ser usado de forma genérica.
"A combinação de aumento da carga tributária e queda dos juros nos últimos anos abriu uma folga de mais de R$ 30 bilhões para a expansão de gastos no Orçamento da União."
Mas a chamada de capa era "União ganha R$33 bi com mais impostos e juro"
Confundir impostos e tributos é um erro comum.Imposto é um tipo de tributo, mas nem todo tributo é um imposto. São tributos: os impostos, as taxas, as contribuições sociais (ou para ser exato, "Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse de categoria profissional e de custeio de iluminação pública"), as contribuições de melhoria e os emprestimos compulsórios.
O leitor acabou ficando sem saber o que realmente contribuiu para o aumento da receita: impostos ou tributos (impostos, taxas etc)