“O Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo emitiu durante todo o ano passado um total de 319.738 mil vistos para brasileiros. O número representa um crescimento de 23% em relação ao que foi registrado em 2009, quando foram emitidos 259.075 vistos pelo posto diplomático na cidade.
De acordo o consulado, o posto diplomático em São Paulo é o que mais emite vistos dos EUA no mundo, à frente de Cidade do México, Pequim (China), Bogotá (Colômbia) e Monterrey (México).
No Brasil, cerca de 600 mil vistos foram emitidos pela Embaixada e pelos consulados dos EUA no ano passado”.
Você já reparou que você precisa de um visto para ir aos EUA ou à Angola, mas não à Argentina ou à França? Qual é a regra?
Não existe uma regra específica a respeito. É pura vontade política dos governos envolvidos, e eles são soberanos para imporem as regras que quiserem para a entrada e permanência de estrangeiros em seu território.
As razões mais comuns para a imposição de vistos para a entrada de um estrangeiro no território de um país são o controle dos fluxos migratórios (um país, como os EUA, que recebem muitos imigrantes ilegais brasileiros, impõe o visto como uma forma de pré-seleção de quem pode embarcar em aeronaves em direção a seu território), combate ao crime (novamente usando os EUA como exemplo, como grande parte das drogas consumidas nos EUA têm origem na Bolívia, os EUA exigem visto dos bolivianos que pretendem entrar em seu território, ainda que apenas como turistas), por motivos de segurança (ainda usando os EUA como exemplo, quando existe um histórico de pessoas daquele país colocando a segurança dos EUA em risco, o governo americano exige o visto, como é o caso dos nacionais do Iêmen ou Arábia Saudita ou Rússia) ou como instrumento de preservação e pressão e controle político, quando as relações bilaterais entres os dois países são frágeis (como no caso de Iranianos que desejam entrar nos EUA).
Mas, como dito, os governos podem estabelecer a necessidade de visto sem qualquer dos motivos acima, ou mudar as regras a qualquer momento. Os mais velhos vão se lembrar, por exemplo, que até a década de 90 era necessário visto para entrar na França como turista. Hoje já não é necessário o visto para o turista brasileiro que pretende ficar até 90 dias na França.
Os vistos funcionam em uma relação bilateral, ou seja, se país A exige visto de pessoas de país B, o país B provavelmente exigirá visto de pessoas do país A. Se o país A modifica as exigências em relação aos nacionais do país B, o país B provavelmente modificará as exigências em relação ao país A. O Brasil, por exemplo, exige visto de turismo quando um norte-americano visita o Brasil, mas não do britânico, e desde a década de 90, não mais do Francês.
Dito isso, os tipos de visto oferecidos por um país não são iguais. Por exemplo, o Canadá e o Reino Unido oferecem vistos de residência para imigrantes com alta capacitação profissional, inclusive para brasileiros, mas o Brasil não oferece um visto específico para canadenses ou britânicos com alta capacitação profissional que queiram se mudar para o Brasil. Eles terão que conseguir um outro visto (provavelmente o de trabalho) se quiserem residir no Brasil. Por outro lado, o Brasil oferece um visto para aposentados que queiram viver no Brasil, mas o mesmo não acontece naqueles dois países.
Por fim, vale lembrar que o visto não é um direito de entrada. Ele é apenas uma pré-seleção que qualifica seu dono a poder tentar entrar. A decisão final sobre a entrada pertence ao agente de imigração quando você chega lá (no Brasil, esse controle em relação aos estrangeiros é feito pelos agentes da Polícia Federal nos portos, aeroportos e postos de fronteira).