“O laudo do carro de Rafael Bussamra, 25, que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, 18, mostra que o veículo estava a cerca de 100 km/h no momento do acidente.
A velocidade máxima permitida no Túnel Acústico, onde o filho da atriz Cissa Guimarães foi atingido, é de 70 km/h.
O parecer técnico pode reforçar a tese de que Bussamra participava de um "racha" no túnel, interditado naquele dia para manutenção.
Com isso, aumenta a possibilidade de ser configurado o dolo eventual. Isso pode levar o indiciamento para homicídio doloso -com intenção-, e não mais culposo.
O documento foi entregue à delegada da 15ª DP, Bárbara Lomba. O laudo da reconstituição não foi concluído.
Bussamra e seu irmão, Guilherme, prestaram depoimento ontem na Corregedoria da PM. Ele e seu pai, Roberto Bussamra, podem ser indiciados por corrupção ativa. Os dois contaram em depoimento que foram coagidos a pagar propina para que PMs liberassem o carro após o atropelamento”.
Dolo eventual ocorre quando o criminoso assume o risco de causar o crime. Dolo, nós já vimos aqui, ocorre quando o criminoso quer cometer o crime. Mas, às vezes, o criminoso não quer cometer o crime, mas tem capacidade intelectual de saber que, agindo de tal forma, ele poderá cometer algo que é definido como crime. Ele não quer cometer o crime, mas está assumindo o risco de cometê-lo. Esse é o dolo eventual.