“Rapaz furta ônibus, roda 23 km e bate em 18 carros
Após sair de uma festa a fantasia, um estudante de direito de 24 anos furtou um ônibus na manhã de ontem, percorreu cerca de 23 quilômetros em alta velocidade da Barra da Tijuca (zona oeste) à zona sul do Rio, avançou sinais e bateu em ao menos 18 carros até ser parado pela PM (…)
‘O trânsito estava lento, quando ele chegou forçando passagem pelo meu lado direito e me jogou para cima de um táxi’, contou. Já Antônio Manoel Orta Maia, 67, sofreu várias fraturas após seu carro ser atingido pelo ônibus.
À polícia, o estudante Pedro Henrique Garcia Correa dos Santos, que usava uma roupa semelhante à usada por policiais do Bope, contou que saiu da festa e viu o ônibus no Terminal Alvorada, com a chave na ignição. Decidiu então pegá-lo para voltar para casa, em Botafogo.
Segundo policiais, o rapaz aparentava ter bebido e usado drogas. ‘Ele não dizia coisa com coisa. Chegou a falar que era protegido da [presidente] Dilma’, afirmou o delegado Bruno Gilaberte.
Santos disse ter sido agredido pelos policiais. Sua boca sangrava e tinha marcas no pescoço. ‘Sei que estou errado, mas olha o que fizeram comigo’, disse na delegacia.
O delegado disse que ele resistiu à prisão e teve que ser tirado à força do ônibus”
Pouca gente presta atenção nisso, mas é algo corriqueiro e é crime: reparem que o estudante de direito suspeito dos crimes diz que foi agredido pela polícia. Agressão é, em direito, chamado de lesão corporal, e é crime. Mas dizer que alguém cometeu um crime sem que isso seja verdade, também é um crime, chamado de calúnia, que é um crime contra honra da pessoa ofendida (no caso, dos policiais).
Temos que ter muito cuidado com o que dizemos. Se dizemos que Fulano cometeu um crime, nos tornamos responsáveis pelo que falamos. Se o que falamos é uma mentira intencional e ofendemos a pessoa sobre a qual falamos, cometemos calúnia. Além disso, quem foi ofendido pode pedir reparação financeira pela ofensa sofrida.