"O Senado excluiu o processo de impeachment do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) da galeria de imagens da Casa, que conta a história da instituição desde o Império até os dias atuais (...)Chamada de 'Túnel do Tempo', a galeria, com 16 painéis, fica em um corredor entre os gabinetes dos senadores e o plenário. É um dos lugares mais visitados da Casa. O espaço passou por reforma, sem custos, segundo a Secretaria de Imprensa.
Em 2007, às vésperas da posse de Collor no Senado, a Casa já havia retirado as referências ao caso, mas recuou. (...)
'Eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados que construíram as história e não os que, de certo modo, não deviam ter acontecido', disse Sarney.
Collor renunciou momentos antes do Senado decidir pelo impeachment, em 1992. Mesmo assim, os senadores aprovaram a perda do cargo.
'Não se pode revogar um capítulo da história. Gostemos ou não, é um fato histórico', disse o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR).
Em nota, a Secretaria de Comunicação do Senado disse que a ideia era 'a partir da Constituição de 1988 destacar os fatos marcantes da atividade legislativa" com "foco na produção legislativa do Congresso Nacional'.
A nova galeria também não traz referências a crises recentes enfrentadas pelo Senado como a cassação do ex-senador Luiz Estevão."
Na verdade, de todas as agruras da história presidencial brasileira, o impeachment é o mais raro dos eventos. Se olharmos todos os presidentes que já tivemos, 20 chegaram lá sem eleição direta, 15 sem participação das mulheres na votação, 12 eram militares, 11 chegaram lá por meio de golpe, 7 assumiram vagas deixadas por titulares que deixaram o cargo antes da hora, 5 morreram, 4 foram depostos, 3 renunciaram, mas apenas um único sofreu impeachment. A bem da verdade, a única coisa tão rara quanto o impeachment no Brasil são presidentes civis, eleitos democraticamente por sufrágio universal, que começaram e terminaram seus mandatos conforme esperado, e sem mudarem as regras para estenderem sua permanência no poder: 2.
Para quem se interessar, já falamos do assunto aqui.