“Contrariado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem resolução do Conselho de Segurança da ONU que expande as sanções contra o Irã por causa de seu polêmico programa nuclear. O Brasil é membro não permanente do conselho e votou contra as sanções, em junho.
Conforme o chanceler Celso Amorim, o Brasil só assinou o documento por respeitar a lei internacional.
‘O presidente Lula fez isso contrariado, porque não acreditamos que essa resolução que estabeleceu sanções contribua para resolver o problema. Embora não concordemos, assinamos porque somos respeitadores da lei internacional’, afirmou.
Essa quarta rodada de sanções foi aprovada por 12 dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU. Só Brasil e Turquia - que tinham fechado acordo de troca de combustível nuclear com Teerã dias antes - votaram contra. O Líbano se absteve.”
Um dos princípios básicos de direito internacional é que os países são soberanos para decidirem quais obrigações querem aceitar. Nenhum país é obrigado a assinar nenhum tratado ou acordo com outros países. E isso inclui assinar sanções contra outros países. Óbvio que isso pode levar a perda de privilégios comerciais, perda de influência internacional e, às vezes, à guerra.
No caso da matéria acima, o Brasil não é obrigado a assinar tais sanções. Assinou porque tem interesse em manter boas relações com outros países que também a assinaram, mais do que com o país que sofrerá as sanções. Isso é o que os cientistas políticos chamam de realpolitik, algo como 'pragmatismo político' em alemão, ou seja, no mundo das relações internacionais, cada país defende seus interesses, e seus interesses apenas.