A invasão de sistemas eletroeletrônicos parece algo novo porque a tecnologia é nova, mas esse artigo da revista NewScientist relata um caso em 1903.
Segundo o artigo, quando John Fleming foi apresentar o telégrafo sem fio (desenvolvido por seu chefe Guglielmo Marconi) publicamente à Royal Institution, em Londres, a máquina começou a emitir sinais sonoros em Código Morse. Arthur Blok, seu assistente, rapidamente percebeu que os sons formavam palavras como ‘rats’ (‘vagabundos’) e frases como ‘"there was a young fellow of Italy, who diddled the public quite prettily’ (‘Havia um jovem italiano que enganou o público muito bem’).
A controvérsia foi parar nos jornais e não demorou muito para que um concorrente, Nevil Maskelyne, fosse a público se identificando como o autor da façanha.
Se a história guarda alguma semelhança com a atualidade, ela fica idêntica ao analisarmos os motivos por trás da ação de Maskelyne:
Primeiro, ele era um concorrente de Marconi enfurecido com a impossibilidade de desenvolver a tecnologia do telégrafo sem fio por conta do número de patentes registradas por Marcnoni. Basicamente, as patentes de Marconi impossibilitavam o desenvolvimento da competição.
Segundo, ele foi contratado pelas empresas de cabo submarino - que tinham muito a perder com o desenvolvimento da tecnologia sem fio – para descreditar publicamente o sistema de Marconi.
E, por fim, ele justificou a violação do sistema de Marconi na alegação de que era importante alertar o público a respeito de como suas conversas privadas ficariam expostas ao público, ao contrário do que Marconi e Fleming alegavam.
A reação de Fleming também guarda grande semelhança ao que acontece hoje: sua resposta focou essencialmente em atacar o ato e a personalidade de Maskelyne, em vez de resolver a falha do sistema que foi exposta por ele.
O artigo da NewScientist pode ser ligo (em inglês) aqui.