Há três pontos importantes na história:
Primeira lição
O bilionário não é qualquer um: ele é uma das pessoas mais ricas do planeta e o banco guarda boa parte dessa fortuna. Presume-se que o banco preste mais atenção a contas com saldos maiores porque, afinal, o desfalque seria coberto por seu seguro. Além disso, presume-se que ele preste mais atenção às contas de pessoas públicas porque, afinal, um escândalo com uma pessoa pública coloca sua reputação em risco.
‘Prestar mais atenção’, no caso, significa colocar seus melhores sistemas e processos de segurança na proteção de tais contas. O fato de um criminoso conseguir com um único telefonema burlar todos esses sistemas e processos de segurança mostra o grau de insegurança que ainda existe no setor bancário.
Segunda lição
O criminoso só conseguiu burlar esse sistema porque conseguiu as informações necessárias a respeito da vítima. E onde ele as conseguiu? Na internet. Isso mostra o quão exposto estamos na internet.
Óbvio que há mais informações sobre uma pessoa pública do que sobre um 'anônimo na multidão'. Mas, da mesma forma, uma pessoa pública toma mais cuidados que um anônimo não só em não divulgar informações que possam mais tarde lhe comprometer, mas também em não ligar tais informações à proteção de seu patrimônio. Se todo mundo sabe sua data de aniversário, você não vai usar essa informação como senha da sua conta. Mas, já vimos aqui, que uma em cada 11 pessoas fazem justamente isso: usam suas datas de aniversário como senhas. Estatisticamente, é, mais fácil obter as informações pessoais relevantes de um anônimo na multidão do que de uma pessoa pública.
Terceira lição
Por fim, a vítima não é um bilionário qualquer. Ele é cofundador de uma das empresas de informática mais importantes do mundo. Presume-se que saiba dos perigos do mundo digital e que tomasse os cuidados necessários para se precaver. Além disso, certamente têm assessores e sistemas para proteger seu patrimônio.
Se alguém que está acima da média de conhecimento de informática e que possui meios para se proteger do que uma pessoa comum pode ser vítima de um crime tão facilmente, dá para imaginar o quanto o resto da população – que conhece menos e que não se protege – está exposta.
A boa notícia
A boa notícia para o ‘anônimo na multidão’ é que enquanto pessoas públicas são alvos intencionais de ataques, os anônimos na multidão são vítimas acidentais: estão no lugar errado, na hora errada, com os dados pessoais escancarados. Logo, se tomarem mais cuidados, os criminosos – que não gostam de perder tempo – vão procurar uma vítima mais fácil.