Depois de mais de uma década lendo e analisando notícias de jornais, nós chegamos à conclusão de que os principais erros dos jornalistas podem ser divididos em cinco grande grupos, e que se eles tomarem cuidados básicos, eles podem facilmente evitar esses erros:
Erros por omissão
Esse é o erro que acontece quando falta uma informação essencial na matéria. Pode ser o ‘outro lado’ (a versão da outra parte), pode ser não mencionar que o condenado ainda pode recorrer ou esquecer de informar algo que mude o foco do caso. Pode ocorrer também quando o jornalista ‘compra’ a versão de um dos lados. O erro está na ausência de uma informação que poderia mudar como o leitor entende o caso.
Erros por comissão
Esse é o erro que ocorre quando o jornalista dá informações tecnicamente incorretas. O jornalista informa que a pessoa cometeu um crime que não cometeu, troca termos jurídicos que mudam o sentido do que está acontecendo, e transforma o texto em um emaranhado de equívocos. Esse tipo de erro acontece, geralmente, quando o autor tenta ser muito didático ou está tentando evitar repetições e acaba usando como sinônimos termos que têm sentidos diferentes.
Erro por presunção
Esse erro acontece quando o autor não coloca afirmações de terceiros entre aspas, ou quando ele acaba assumindo como verdadeiros fatos que não controla ou não presenciou. Ele simplesmente toma para si a responsabilidade sobre alguma informação. Nesse tipo de erro ele presume como verdadeiro algo que pode não ser verdadeiro, pode não ter acontecido ou pode vir a não acontecer, e assume para si a responsabilidade sobre eles.
Erro de entendimento
Nos três primeiros tipos de erros, o jornalista entende o caso mas acaba não explicando direito ao leitor. Aqui, ele tenta explicar sem ter primeiro entendido. Ele acha que entendeu ou ele acha que a fonte está correta, e deixa de checar se o que entendeu ou ouviu estava realmente correto. O resultado é que ele explica sem ter entendido e acaba cometendo erros potencialmente graves.
Ausência de informação
Aqui o problema não é técnico: é de estilo e conteúdo. Esse tipo de erro acontece quando uma informação relevante, mas não essencial, é ignorada, como quando se omite o nome do réu, não se diz qual foi o juiz que julgou a causa, em que município o crime ocorreu, contra qual decisão o condenado está recorrendo. Ou se usa aspas que não agregam qualquer informação relevante ao leitor. Frases de efeito retórico mas pobres em informação. A matéria fica vaga.
Os quatro primeiros podem gerar problemas bem maiores do que a simples retratação. Por exemplo, podem acabar em condenações por calúnia ou o veículo e autor poderão ser acionados na justiça por danos morais ou materiais. Por isso são erros.
Já no quinto grupo, não existe um erro em si e não há risco de o jornal ou jornalista acabarem condenados pela justiça, mas quem sai no prejuízo é o leitor que perde tempo lendo uma matéria que não faz sentido ou que não o informa.
Os quatro primeiros podem gerar problemas bem maiores do que a simples retratação. Por exemplo, podem acabar em condenações por calúnia ou o veículo e autor poderão ser acionados na justiça por danos morais ou materiais. Por isso são erros.
Já no quinto grupo, não existe um erro em si e não há risco de o jornal ou jornalista acabarem condenados pela justiça, mas quem sai no prejuízo é o leitor que perde tempo lendo uma matéria que não faz sentido ou que não o informa.