Matar o condenado é relativamente barato. As drogas que formam o coquetel da injeção letal custam pouco menos de mil dólares, embora seja difícil compra-las hoje em dia (mesmo para governos). O custo de matar através de um esquadrão de fuzilamento sai por pouco mais de quinze mil dólares.
Mas os custos começam a aumentar quando se computa o quanto se paga diretamente aos funcionários envolvidos no dia da execução, proteção do local da execução etc: US$98 mil no caso da injeção letal e US$165 mil no caso do fuzilamento.
Mas isso ainda é uma pechincha quando se comparado com o custo do processo que leva à aplicação da pena de morte. Porque é uma pena irreversível depois de executada, o processo é muito mais delicado, há mais chances de recurso etc. Entre a sentença e a execução, em média, são mais de 20 anos.
Para se ter uma ideia, a Califórnia gastou, desde 1978, nada menos do que US$4 bilhões em um sistema que levou à execução de 13 condenados e mantém pouco mais de 700 sentenciados aguardando execução. Isso dá US$308 milhões por morto. Mesmo se contarmos os outros 78 que morreram presos enquanto aguardavam a execução, isso ainda dá US$44 milhões por morto.
Do ponto de vista financeiro, o debate passa a ser se os mais de US$250 mil gastos por ano por criminoso mantido aguardando a execução valem a pena. Mesmo para quem é contra baseado no custo, a resposta não é tão simples quanto parece. Para quem diz que o custo não vale a pena, há duas alternativas que produzem resultados diametralmente opostos: acabar com os recursos para antecipar as execuções o que eliminaria a maior parte dos custos (modelo chines, onde os prisioneiros podem ser executados 7 dias depois da sentença), ou acabar com a pena de morte e converte-la em algo como prisão perpétua: como o custo de um prisioneiro no corredor da morte é quatro vezes maior que o dos demais, e como eles ficam em média mais de 20 anos preso aguardando a execução, com o mesmo custo é possível manter alguém preso por mais de 80 anos, o que é tecnicamente uma pena de prisão perpétua. Logo, o debate não é apenas quem é contra e quem é a favor. É quem é contra por causa do custo, quem é contra filosoficamente e quem é a favor.