“A candidata à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) conseguiu estancar a tendência de perda de intenções de voto dos últimos 20 dias e mantém seu favoritismo na atual disputa eleitoral.
Segundo pesquisa nacional do Datafolha, encomendada pela Folha e pela Rede Globo e realizada ontem e anteontem com 13.195 eleitores, Dilma oscilou positivamente um ponto em relação ao último levantamento e tem 52% dos votos válidos na projeção para o primeiro turno.
Seu principal adversário, José Serra (PSDB), oscilou um ponto para baixo e tem hoje 31% dos votos válidos. Marina Silva (PT) também variou negativamente um ponto, e está com 15%.
A soma dos adversários de Dilma é de 48% dos válidos. Ela precisa de 50% mais um voto para vencer domingo.”
Errado. Para ser eleita, a candidata precisa de mais da metade dos votos válidos e não 50% mais um dos votos válidos.
Se usarmos uma ou outra regra teremos resultados distintos:
50% + 1
Imaginemos, por exemplo, que haja 101 eleitores. 50% de 101 é 50,1. Mais um daria 51,5. Como não existem 51,5 eleitores, teríamos que arredondar, o que daria 52 votos.
Mais da metade
Imaginemos o mesmo cenário. A metade de 101 é 50,5. O primeiro número inteiro acima é 51. Logo, usando esse segundo método teremos um voto a menos.
E mais: fica claro que usando o primeiro método estaríamos exigindo um voto além do necessário para atingir a maioria. Se usarmos 50%, para ser eleito a pessoa precisaria de 52 votos, enquanto o que perdeu teria 49. Já no segundo caso (mais da metade), quem ganhou precisaria de 51 votos, enquanto quem perdeu teria 50 votos.
Não existe nenhuma lei brasileira que fala metade ou 50% mais 1. Todas falam em mais da metade.
E essa mesma regra vale para votações de leis, controle acionário de empresas, votação de ministros do STF e qualquer outra situação na qual seja necessário definir uma maioria simples ou absoluta. A única exceção são as maiorias qualificadas (por exemplo, para aprovar uma PEC são necessários 3/5 dos votos de todos os deputados e de todos os senadores. O 3/5 é o que chamamos de maioria qualificada).