"Jobim, que é gaúcho assim como o ministro Tarso Genro (Justiça), defendeu os termos de um ofício enviado ao Ministério do Desenvolvimento no qual os dois pedem a revisão da cobrança de um imposto de 150% sobre exportações de armas brasileiras para certos países da América Latina e Caribe. O Rio Grande do Sul é um pólo fabricante de armas de fogo. O documento foi revelado na semana passada pela Folha.
"O que temos ali é o seguinte: havia um impedimento de exportação em [para] alguns países latinoamericanos. Nos outros não teriam. Teríamos um aumento brutal de taxa de exportação. Você sabe que não se exporta impostos, ao acontecer isso, todo o processo exportatório brasileiro tem que obedecer a mesma regra. Nós queremos desenvolver a nossa indústria", disse o ministro."
Na verdade, exporta-se imposto, sim. E isso não é só no Brasil. E por que um governo aplicaria imposto de exportação, diminuindo a atratividade dos produtos nacionais contra os produtos de outros países no mercado internacional e, por conseguinte, a quantidade de divisas que o país recebe? Por vários motivos. Por exemplo, para evitar a entrada de divisas, especialmente em momentos de hiper inflação. Ou quando o país detém monopólio mundial sobre o produto exportado e a demanda internacional não varia de acordo com o preço cobrado (o que os economistas chamam de "demanda inelástica"). O imposto de exportação também é cobrado quando é melhor para o país manter aquele tipo de produto no país (por exemplo, se há escassez de álcool combustível feito com cana-de-açúcar, o governo pode aumentar o imposto de exportação sobre o açúcar, diminuindo o incentivo que as indústrias teriam em usar a cana para fabricar o açúcar), ou quando se trata de um mercado interno que se deseja incentivar. Ele ainda pode ser cobrado por motivo de segurança. O país simplesmente pode desejar evitar que um produto seja facilmente acessível e por isso pode resolver cobrar impostos de exportação desestimulando sua exportação.