“A polícia do Rio de Janeiro investiga a suspeita de que um homem preso na noite do último sábado possa ter matado a remadora do Flamengo Priscila da Silva Souza, 26.
Francisco Itamar Nonato Pedrosa, 41, foi preso por policiais militares na favela Parque da Cidade, onde a atleta foi morta.
Acusado de estuprar na região, em janeiro deste ano, uma moradora de 52 anos, o suspeito foi capturado e espancado por moradores antes de ser entregue aos policiais do 23º batalhão (Leblon).
Após receber atendimento médico, Pedrosa foi encaminhado ao 15º DP (Gávea). Na delegacia, ele foi reconhecido pela suposta vítima do estupro.”
Na matéria acima, não cabe achar que a vítima do estupro pode estar mentindo. Do ponto de vista medico-cientifico, é relativamente fácil apurar se houve um estupro. Esses crimes, via-de-regra, causam danos físicos e deixam seqüelas psicológica que demoram para desaparecer e, às vezes, jamais desaparecem. O Instituto Médico Legal ou, na falta dele, um médico, pode verificar a ocorrência desses crimes com exames clínicos, ainda que não tenha havido testemunha. Não cabe ao repórter colocar em duvida a ocorrência do crime. A vítima já tem de lidar com todas as conseqüências físicas, emocionais, morais e sociais deste crime, e não precisa de um jornalista colocar em dúvida seu sofrimento.
É por colocações como a feita na matéria acima que os crimes sexuais continuam a carregar uma conotação tão pesada para suas vitimas.