“O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola ou Paulista, apontado pela polícia como quem estrangulou Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno, ficou calado em depoimento nesta segunda-feira (12) no Departamento de Investigações de Belo Horizonte. Mais três suspeitos de envolvimento devem ser interrogados, no entanto, sob orientação de seus advogados, devem ficar em silêncio.
Bola, mesmo exonerado da polícia, dava aulas a policiais em seu sítio em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte, e é suspeito de participar de um grupo de extermínio. Ele é o principal suspeito do assassinato de Eliza.
Segundo o advogado Zanone Junior, Bola ficou calado sob sua orientação, afirmando à polícia que somente falará em juízo. Foram feitas 30 perguntas, nenhuma delas respondida.”
Qualquer pessoa suspeita ou ré em um processo tem o direito de permanecer calada durante qualquer interrogatório. Isso é um direito fundamental que todos nós temos de não sermos obrigados a produzir provas contra nós mesmos. Da mesma forma como um criminoso não é obrigado a confessar, ele não é obrigado a dizer nada que possa ser usado contra ele no futuro.
O fato de alguém ficar calado não quer dizer que ele é culpado ou que possa ser presumido culpado. Silenciar não é confessar. Todos somos inocentes até que haja prova em contrário. Cabe a quem acusa provar que o réu (esteja ele se defendendo ou não) é culpado. Óbvio que se os argumentos da acusação forem bons e as provas contra o réu forem sólidas, o silêncio não é uma boa estratégia de defesa, já que fica mais difícil desconstruir os argumentos da acusação se o réu se recusa a apresentar sua versão dos fatos.