"A Assembléia Legislativa de Alagoas aprovou, por 16 votos a 2, a suspensão de processo penal contra o deputado Cícero Ferro (PMN), no qual ele é acusado de homicídio e formação de quadrilha.(...) Segundo as investigações da Polícia Civil, o crime foi planejado em setembro de 2007 e custou R$ 20 mil.
O advogado de Ferro, Welton Roberto, disse que o deputado nega envolvimento com o crime. Também diz que ele não estava no Estado quando ocorreu a morte."
Sem entrar no debate se Fulano é ou não culpado, vale lembrar que o fato de alguém não estar presente na cena do homicídio não o exime da autoria. Isso porque o homicídio não é o que chamamos de crime de mão própria. Crimes de mão própria são aqueles que só podem ser cometidos diretamente pela pessoa. O falso testemunho (mentir depois de ter se comprometido a dizer a verdade em um processo) é um exemplo: só o Huguinho pode cometer o perjúrio se foi ele quem jurou dizer a verdade. Se Zezinho mentir em favor de Huguinho a pedido deste, Huguinho não terá cometido perjúrio, pois quem mentiu foi Zezinho. A falsidade ideológica (pretender ser alguém que não é) é outro exemplo de crime de mão própria.
Já o homicídio pode ser cometido por outra pessoa a mando do autor intelectual (autor intelectual é quem planeja o crime). Neste caso, ambos são co-autores do mesmo crime: aquele que planejou e aquele que cometeu o crime.