“O cansaço no semblante de Dilma Rousseff, visível na televisão e ainda mais por quem a acompanha de perto, é talvez a imagem que melhor traduz o atual estágio da disputa presidencial. Existe no ar uma exaustão não limitada aos dois finalistas, cuja agenda deixaria de língua de fora gente com metade da idade e o dobro de preparo físico.
Também o eleitor está cheio, indicam ‘quális’ e ‘quântis’ à disposição das duas candidaturas. Um dos motivos, na opinião de quem sabe analisar pesquisas, é que esta campanha se desenrola há muito mais tempo do que sugere o calendário eleitoral. Num cálculo conservador, o marco zero poderia ser fixado em março de 2008, quando Lula carimbou Dilma como ‘a mãe do PAC’ e transformou a rotina governamental numa sucessão de eventos públicos para garantir visibilidade à sua escolhida.
Do outro lado, foi igualmente longa, apesar do desfecho previsível, a novela da sagração de José Serra como candidato da oposição.
Há pelo menos dois anos e meio, portanto, o público está exposto a doses progressivas de informação sobre esse assunto”.
Do ponto de vista jurídico, o processo eleitoral é igualmente longo e complexo. Ele se inicia um ano antes do primeiro turno (às vezes, até antes, já que os partidos são livres para fecharem as filiações para as eleições antes do prazo de um ano) e segue até bem depois.
No gráfico abaixo, está um pequeno resumo dos principais momentos do ponto de vista jurídico.